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...No dia 09 de Novembro de 2009, 4 escaladores capixabas e 1 austríaco escalaram o Frade e a Freira. Confira o relato de um dos participantes
Por Zé Marcio :
...Há tempos venho ouvindo o povo falar em fazer a via tradicional da Freira. Aqueeeeeela, bem velhinha, com mais de 50 anos, que quem faz fala em nunca mais voltar... mesmo assim resolvi voltar lá pela 3ªvez para acompanhar Ubuk, um austríaco, mais baiano impossível, que está voltando pras suas terras, Amaral, Cachoeirense como eu, mais Porko e DuNada. Seria a 1ª via longa de Ubuk.
...Fomos no sábado à tarde e, pelo calor do fim do dia, dava pra sentir que a chapa ia esquentar no dia seguinte. Dormimos no colo do Frade, ao lado da matinha. Apesar do vento forte a pedra não esfriava. O que salvou foram os isolantes. Tentamos dormir logo para sair bem cedo, mas Porko e DuNada parece que tem fogo no r... não conseguem desligar.
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................................(Início da Freira)...Logo depois da meia-noite a lua saiu, entre a Freira e o Frade, lindo visual. A noite virou dia. Dormimos mais um pouco e, às 3:30h acordamos. Logo depois subimos até o topo do Frade. Um café da manhã básico e começamos os rapéis pra Freira ainda de noite. Todo mundo tendo feito os 2 rapéis, encaramos o mato que fica no colo entre o Frade e a Freira. Não sei porquê, mas os arranha-gato insistem em me arranhar, por que será? Dividimos as cordadas, Amaral e Porko na 1ª, eu, Ubuk e DuNada na 2ª. Rapidamente Amaral, o garoto Petzl, descobriu que, fazer artificial só com 2 estribos não é nada fácil. Passou um perrengue. Ubuk aprendeu a jumariar na hora, em cima de um abismo de algumas centenas de metros. Pra piorar, a chuva da semana anterior deixou rastros como pedras soltas, terra fofa e muito, mas muito, limo, que esfarelava e entrava nos olhos. As chaminés depois do artificial estavam bastante escorregadias, atrasando a escalada.
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...Como ainda não havia acontecido nada de errado DuNada fez o favor de agarrar a corda em que estava subindo e ficou impossível retirá-la. Deixamos para trás e a resgatamos na volta. Lembra da previsão de calor? Então, tava quente mesmo, mais do que a gente imaginava. Se bem que Porko e DuNada não passaram muita sede... beberam a água do Ubuk. Ele passou a escalada com um copo d’água. Quanta maldade. Todos no cume, cadê o livro? Nada. Já não havia encontrado ele da última vez que estive lá. Aproveitei para conhecer o final das outras duas novas vias, uma na face leste e outra ao norte.
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........( Cume da Freira com o Frade ao fundo: Porko, Dunada, Zé Marcio, Amaral e Ubuk)
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...Tava muito quente, resolvemos descer. 3 rapéis e estávamos novamente no colo entre as duas pedras. Meio-dia. Continuamos a descer. 1, 2, 3, 4 rapéis. Coisa chata esse tal de rapel. E toca descer mais entre galhos, matos e pedras soltas.. O dia já indo embora, a água há muito já tinha ido. Finalmente as casas, água com fartura, muita banana, cacau e sossego. Todos reanimados, toca subir até o carro com as tralhas na costa. Quando chegamos já eram 6h da tarde, o sol se indo.
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...Sem dúvida, um belo dia de escalada. Daqueles pra ficar na memória. Espero não ter traumatizado Ubuk na sua primeira via longa. Agora é ficar mais uns bons anos sem voltar lá, até esquecer todos os perrengues e só lembrar das coisas boas. Como eu gosto destas roubadas!!!
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